29 de dezembro de 2011

E se soubesses o dia exacto?

Honestamente não perco muito tempo, ou mesmo nenhum a pensar nisso, mas por causa de uma brincadeira (....) pensei nisto.
Não sabendo como ias morrer, o que farias se soubesses a data exacta da tua partida deste mundo?
O que farias até lá?
Alguns dizem que iam fazer todo o tipo de loucuras e desafios que gostavam, mas que até a data lhes faltou coragem.
A maioria passava todo o tempo possível com as pessoas que mais gostam.
Outros ainda, iam emendar todo o mal que tinham feito até a data, para terem a dita salvação...
Acho que é de ficar louco, saber o tempo que lhe resta de vida.....
Por mais vezes que se diga a alguém o quanto a amamos, nunca vão ser as vezes suficientes, para que seja a ultima, acho que nunca me vou conseguir despedir em condições das pessoas que amo verdadeiramente......

25 de dezembro de 2011

Todos os anos é a mesma coisa

Será que é assim tão complicado, guardarem o papel de embrulho, as caixas dos brinquedos e restante lixo de Natal em casa por um dia??
Se sabem que não vai haver recolha, porque fazem isto?
E o pior, é que muitos nem se dignam a ver se o contentor está cheio, apenas depositam o lixo ao lado dos caixotes e viram costas (tenho alguns anormais na minha rua que devem ter algum problema em colocar o lixo dentro dos ecopontos e contentor geral, fazem sempre essa porcaria).
Será que não entendem, que fica feio, estão a poluir ainda mais, e os senhores que trabalham na recolha do lixo, não têm de andar a apanhar as coisas do chão, e quando algum cão, ou alguém rompe os sacos e espalha as coisas...... nem digo mais nada.
Pensem nisso, se este ano já pertencem ao grupo dos que largam tudo na rua, para o ano guardem o lixo até depois do dia de Natal, não custa assim tanto.
Boas Festas

PS: Esta foto não é da minha rua, os meus contentores estão piores :(

14 de dezembro de 2011

Amigo Vs outras coisas começadas por c





"Não se pode ter muitos amigos. Mesmo que se queira, mesmo que se conheçam pessoas de quem apetece ser amiga, não se pode ter muitos amigos. Ou melhor: nunca se pode ser bom amigo de muitas pessoas. Ou melhor: amigo. A preocupação da alma e a ocupação do espaço, o tempo que se pode passar e a atenção que se pode dar — todas estas coisas são finitas e têm de ser partilhadas. Não chegam para mais de um, dois, três, quatro, cinco amigos. É preciso saber partilhar o que temos com eles e não se pode dividir uma coisa já de si pequena (nós) por muitas pessoas. Os amigos, como acontece com os amantes, também têm de ser escolhidos. Pode custar-nos não ter tempo nem vida para se ser amigo de alguém de quem se gosta, mas esse é um dos custos da amizade. O que é bom sai caro. A tendência automática é para ter um máximo de amigos ou mesmo ser amigo de toda a gente. Trata-se de uma espécie de promiscuidade, para não dizer a pior. Não se pode ser amigo de todas as pessoas de que se gosta. Às vezes, para se ser amigo de alguém, chega a ser preciso ser-se inimigo de quem se gosta. Em Portugal, a amizade leva-se a sério e pratica-se bem. É uma coisa à qual se dedica tempo, nervosismo, exaltação. A amizade é vista, e é verdade, como o único sentimento indispensável. No entanto, existe uma mentalidade Speedy González, toda «Hey gringo, my friend», que vê em cada ser humano um «amigo». Todos conhecemos o género — é o «gajo porreiro», que se «dá bem com toda a gente». E o «amigalhaço». E tem, naturalmente, dezenas de amigos e de amigas, centenas de amiguinhos, camaradas, compinchas, cúmplices, correligionários, colegas e outras coisas começadas por c. Os amigalhaços são mais detestáveis que os piores inimigos. Os nossos inimigos, ao menos, não nos traem. Odeiam-nos lealmente. Mas um amigalhaço, que é amigo de muitos pares de inimigos e passa o tempo a tentar conciliar posições e personalidades irreconciliáveis, é sempre um traidor. Para mais, pífio e arrependido. Para se ser um bom amigo, têm de herdar-se, de coração inteiro, os amigos e os inimigos da outra pessoa. E fácil estar sempre do lado de quem se julga ter razão. O que distingue um amigo verdadeiro é ser capaz de estar ao nosso lado quando nós não temos razão. O amigalhaço, em contrapartida, é o modelo mais mole e vira-casacas da moderação. Diz: «Eu sou muito amigo dele, mas tenho de reconhecer que ele é um sacana.» Como se pode ser amigo de um sacana? Os amigos são, por definição, as melhores pessoas do mundo, as mais interessantes e as mais geniais. Os amigos não podem ser maus. A lealdade é a qualidade mais importante de uma amizade. E claro que é difícil ser inteiramente leal, mas tem de se ser."


Miguel Esteves Cardoso!!

10 de dezembro de 2011

Uma dura realidade



Diário de um cão

1ª Semana:Hoje faz uma semana que nasci! Que alegria ter chegado a este mundo!

1º Mês:A minha mãe cuida muito bem de mim. É uma mãe exemplar!

2º Mês:Hoje separaram-me da minha mãe. Ela estava muito inquieta e com os seus olhos disse-me adeus como que esperando que a minha nova “família humana” cuidasse bem de mim, como ela havia feito.

4º Mês: Cresci muito rápido. Tudo chama à minha atenção. Existem crianças na casa, são como “irmãozinhos”.

5º Mês: Hoje castigaram-me. A minha dona zangou-se porque fiz xixi dentro de casa... Mas nunca me disseram onde eu deveria fazer. E como durmo na marquise, não aguentei!

6º Mês: Sou um cão feliz. Tenho o calor de um lar, sinto-me seguro e protegido... Creio que a minha família humana me ama muito... Quando estão a comer convidam-me também. O pátio é só para mim e eu estou sempre a fazer buracos na terra, como os meus antepassados lobos, quando escondiam comida. Nunca me educam! Seguramente porque nada faço de errado!

12º Mês: Hoje completei um ano. Sou um cão adulto e os meus donos dizem que cresci mais do que eles esperavam. Que orgulhosos devem estar de mim!!!

13º Mês: Como me senti mal hoje... O meu “irmãozinho” tirou-me a minha bola. Como nunca toco nos seus brinquedos, fui atrás dele e mordi-o, mas como os meus dentes estão muito fortes, magoei-o sem querer. Depois do susto, prenderam-me e quase não me posso mover para tomar um pouco de sol. Dizem que sou ingrato e que me vão deixar em observação (certamente não me vacinaram)... Não entendo o que está a acontecer.

15º Mês: Tudo mudou... vivo preso no pátio... na corrente... Sinto-me muito só.... a minha família já não me quer... às vezes esquecem-se que tenho fome e sede e quando chove não tenho tecto para me tapar.

16º Mês: Hoje tiraram-me a corrente. Pensei que me tinham perdoado...Fiquei tão contente que dava saltos de alegria e o meu rabo não parava de abanar. Parece que vou passear com eles. Entrámos no carro e andámos um grande bocado.
Quando pararam, abriram a porta e eu desci a correr, feliz, crendo que era um dia de passeio no campo. Não entendo porque fecharam a porta e se foram embora... “Esperem!!!” –
Lati. Esqueceram-se de mim!
Corri atrás do carro com todas as minhas forças... a angustia aumentou ao perceber que o carro se afastava e eles não paravam. Tinham-me abandonado...

17º Mês: Procurei em vão encontrar o caminho de volta a casa. Sento-me no caminho, estou perdido e algumas pessoas de bom coração olham-me com tristeza e dão-me de comer... Eu agradeço com um olhar do fundo da minha alma. Porque não me adoptam? Eu seria leal como ninguém. Porém apenas dizem “Pobre cãozinho, deve estar perdido.”.

18º Mês: No outro dia passei por uma escola e vi muitas crianças e jovens como os meus “irmãozinhos”. Cheguei perto deles e um grupo, aos risos, atirou-me uma chuva de pedras – para ver quem tinha melhor pontaria. Uma dessas pedras atingiu um dos meus olhos, e desde então não vejo.

19º Mês: Parece mentira, mas quando eu estava mais bonito as pessoas compadeciam-se mais de mim... Agora que estou mais fraco, com aspecto mudado... perdi o meu olho, as pessoas tratam-me aos pontapés quando pretendo deitar-me à sombra.

20º Mês: Quase não me posso mexer. Hoje ao atravessar a rua por onde passam os carros, um deles atropelou-me. Pelo que sei estava num lugar seguro chamado sarjeta, mas nunca me vou esquecer do olhar de satisfação do motorista ao faze-lo.
Oxalá me tivesse morto... Porém só me partiu as pernas. A dor é terrível, as minhas patas traseiras não me respondem e com dificuldade arrastei-me até uma moita de ervas completamente fora da estrada. Não me posso mover, a dor é insuportável, nunca me abandona. Sinto-me muito mal, estou num lugar húmido e parece que o meu pêlo está a cair.
Algumas pessoas passam e não me vêem; outras dizem “Não te aproximes”.
Já estou quase inconsciente.
Porém uma força estranha fez-me abrir os olhos. A doçura da sua voz fez-me reagir. “Pobre cãozinho, como te deixaram”, dizia. Junto a ela estava um senhor de roupa branca que começou a tocar-me e disse “Minha senhora, infelizmente este cão não têm remédio que o salve, o melhor é que deixe de sofrer”.A gentil senhora consentiu com os olhos cheios de lágrimas. Como pude, mexi o rabo e olhei para ela, agradecendo por me ajudar a descansar...
Senti somente a picada da injecção e dormi para sempre, pensando em porque nasci se ninguém me queria...

Nunca chego ao fim sem chorar por mais vezes que leia este texto....

Cá em casa a Estrela é da familia

8 de dezembro de 2011

Loucura

Acho piada quando as pessoas falam que estamos em crise e isto e aquilo.....
Hoje tive de ir ao Centro Comercial Colombo, pois precisava de encontrar umas orelhas de ratinho para a festa de Natal do colégio da Mariana.
Quando lá cheguei m queria acreditar, era a loucura, parecia que estava no metro em pleno centro de Lisboa e em hora de ponta, o carro da miúda nem passava sem pedir licença a todas as pessoas que se cruzaram comigo.
Ao contrário do que possam pensar, não eram pessoas a fugir de frio, pois andavam com sacos até ao pescoço.
E então eu pergunto, onde mora a crise?
Andavam tudo a chorar que iam cortar os subsídios, e que a vida está complicada, mas para estoirar os cartões estão sempre prontos.
Eu ainda me faltam comprar prendas, mas para aquelas confusões a paciência já me falta...
Ao menos encontrei as orelhitas :)